segunda-feira, 28 de março de 2016

XI Capítulo - Chegou a hora

Três dias depois, Apolónio viu Sílvia no mercado das frutas e ficou alerta. Não era normal as senhoras comprarem comida. Se ela lá estava, era porque havia um fortíssimo motivo.
Oculto, por detrás de uma tenda, ficou a espreitar. Confirmou as suas piores suspeitas porque ela fez um sinal ao cozinheiro do Senador. O homem ficou alterado e tentou ir-se embora mas Sílvia obrigou-o a ir com ela para trás de uma tenda. Apolónio tentou deslocar-se para tentar ouvir a conversa, mas não conseguiu. Sílvia dava ordens ao cozinheiro, mas este parecia não querer aceitar e cumprir.
Apolónio regressou a casa, mas por azar, Cómodo e Camilo esperavam, pela sua chegada, no jardim, com ordens do Senador para que o acompanhassem ao Templo de Vénus. Apolónio seguiu-os.
Apolónio  quando teve oportunidade de estar, em casa do Senador com o cozinheiro, encostou-o à parede e o cozinheiro disse apenas que Sílvia falava com ele porque queria que fosse cozinhar para casa dela. Apolónio saiu da cozinha, desconfiado. Pensou que Sílvia não poderia ter dito ao cozinheiro para colocar veneno na comida, senão também mataria os seus filhos, mas para colocar qualquer outra substância para apenas matar Paulina. Dirigiu-se para a zona da dispensa mas não encontrou nada. Chamou a Florónia e pediu para que ela pedisse ao cozinheiro troncos de louro verde para perfumar as arcas da sua senhora Paulina e que tinha de ser naquele momento.
Mais tarde logo lhe explicaria a razão daquele pedido.
Florónia sempre se sentira atraída por aquele escravo grego tão bonito e tão inteligente, escolhido para ensinar os filhos da casa, capataz e secretário ao senador. Por isso era com muitas alegria que, naquele dia, o ajudaria.
Aproveitando a ausência do cozinheiro da cozinha e com a sua ida ao jardim,  Apolónio vasculhou tudo mas não encontrou nada. Os rapazes e o "avô" Orlando que vinham do seu passeio, estavam esfomeados. Sentaram-se todos à mesa e os escravos levaram a comida para o jantar.
Mas antes, Apolónio foi para o escritório com o Senador e contou-lhe das suas desconfianças.
Já estavam todos a comer , só faltava Paulina que aguardava a carne besuntada de garum. Quando Florónia lha apresentou, para estupefação geral, o senador retirou-lhe o prato das mãos e pousou-o na mesa junto de si. E ordenou que chamassem o cozinheiro, o Valério.
Quando este chegou, o senador disse-lhe que devia ter preparado aquele prato com toda a arte  e que estava com muito bom aspeto, mas podia ter exagerado no tempero pelo que queria que ele, cozinheiro, o provasse antes.

Todos que estavam à mesa perceberam, menos a pequena Lavínia que o senador desconfiava do cozinheiro, por isso estava  a pô-lo à prova.

Curiosidades:
.Naquela época os alimentos como batatas e esparguete ainda eram desconhecidos.

XII Capítulo - O veneno

O senador ordenou ao cozinheiro que comesse todo o prato.  O cozinheiro que tremia tanto, deixou-o cair no chão. Mas com o pouco que já tinha comido, a sua cara já estava verde. No entanto, o senador pediu para que apanhasse o resto e comesse. "Não te escapas!".
Estavam todos consternados!
Valério começou a chorar e a dizer que era um monstro, que merecia  a morte. Não tinha coragem para comer mais. Que tinha sido obrigado contra a sua vontade.
Cómodo e Camilo ainda perguntaram quem tinha dado a ordem. Mas o senador, desviou a conversa e ordenou que os outros escravos o levassem para um quarto e  o trancassem.
O senador não quis que os filhos soubessem a verdade  e respondeu-lhes que Apolónio tinha descoberto tudo, mas tinha sido por questões politicas.
Ainda tentaram dizer que quem ia comer era Paulina e não ele, mas o senador conseguiu desviar a conversa e disse, a Apolónio, que a partir daquele dia era um homem livre, já não era escravo. Mas se quisesse podia continuar naquela casa como liberto.
Para Apolónio era uma honra e principalmente porque a partir daquele momento teria o nome de família Flávio.
Entretanto, Valério estremecia no quarto porque o patrão estava lá com o Apolónio, só podia ser para lhe arrancar a confissão completa antes de o mandar matar.
Mas não precisou de relatar o que se tinha passado. Apolónio só queria saber onde estava o veneno.
Valério levou-os a uma dispensa onde se guardava a fruta e mostrou-lhes duas romãs que tinha esvaziado por dentro. Numa delas ocultava o pequeno frasco de vidro azulado ainda com algumas gotas de veneno. Noutra guardava uma bolsa com moedas que Sílvia lhe tinha dado para pagar o serviço. Entregou tudo ao patrão.O senador sabia que Sílvia, tal como o cozinheiro se desculpou, tinha artes de vergar qualquer homem, quanto mais um escravo...
O senador deu moedas ao cozinheiro e disse para que Apolónio o levasse para longe e o deixasse fugir.
Quando o senador voltou para a sala, deparou-se com Sílvia, que vinha buscar os filhos para irem viver com ela.
Cómodo e Camilo não gostavam de viver com a mãe, que consideravam que era um inferno.
O Senador era chefe de família podia tomar as decisões que quisesse sobre os seus descendentes. Ainda lhes perguntou o que queriam, mas como estes não responderam, o senador disse a Sílvia que ficava com os filhos e com o frasco de veneno que lhe podia ainda ser útil.
Sílvia que não sabia da descoberta, perdeu a cor, abriu e fechou a boca várias vezes, deu a volta e saiu de rompante, deixando atrás de si o cheiro acre de raiva.
Os dois rapazes disseram ao pai que não queriam ir viver com a mãe. O senador escondeu o frasco e perguntou aos filhos, se João se safava a andar a cavalo. Os dois responderam que sim.

                                                                                                                   

Curiosidades:
.Os escravos libertos tomavam o nome da família que os libertava.



XIII Capítulo - Veni, vidi, vici


Chegou o dia das corridas e a hora de toda a família ir ao Circo Máximo.
Augusto, o imperador também irá estar presente.
Os rapazes queriam desejar boa sorte ao Musculosus, condutor dos quatro cavalos brancos em que a fação dos vermelhos apostava na vitória.
Mas Musculosus não aparecia. Os rapazes, menos o João foram a casa daquele, saber o que se passava.
Entretanto, chegou o Imperador, homem ainda novo, alto e magro que erguia um braço com leveza e solenidade. Aos seu lado estava a sua esposa Lívia.
Mas a corrida não começava porque faltava Musculosus e a quadrilha dos quatro cavalos brancos. Não havia ninguém para os conduzir. De repente, João ofereceu-se. Saltou para o carro todo confiante e pegou nas rédeas.
Orlando e Ana iam morrendo quando viram o que se estava a passar.
O homem soltou o pano branco e foi dado o sinal de partida. As quadrigas dispararam lado a lado e foram ganhando velocidade até à primeira curva, onde a branca e a azul se distanciaram das outras duas.
Eram sete voltas, tantas quantas os ovos gigantes que tinham sido colocados numa trave de madeira.
Afinal Musculosus estava doente, na cama com muita febre.
Já só estava João, vestido de vermelho e o condutor vestido de azul. Era a última volta. Quase todos estavam eufóricos, de pé.
A vitória foi de João que, muito direito, louco de alegria, percorria mais uma vez a pista, agora devagar e acenando à multidão como se nunca tivesse feito outra coisa na vida. Cumprimentou o imperador e a rebentar de felicidade murmurava em latim e em português "veni, vidi, vici", "vim, vi, e venci".
Tinha sido uma excelente viagem no tempo, aquela que fizera a Roma. Um dia teriam de voltar senão os Flávios iriam ter saudades dos parentes de Arpino.
 

Curiosidades do Império Romano



Roma, a cidade das Sete Colinas

Roma é conhecida por Cidade das Sete Colinas porque os primeiros habitantes se instalaram na margem do rio Tibre , onde se erguem sete colinas: Palatino, Capitóio, Quirinal, Viminal, Esquilino, Célio e Aventino.
 



Lendas sobre a origem de Roma
As lendas mais conhecidas são: Os gémeos criados por uma loba, o rapto das Sabinas e a lendas das Eneias.




Os reis de Roma
Os historiadores consideram que Roma foi fundada no século VIII a.C.
Antes era habitada por muitos povos, os Latinos, os etruscos, os Lígures, entre outros.Os pastores latinos que se instalaram junto ao rio Tibre foram os fundadores de Roma.
Entre as sete colinas, havia muitos pântanos que foram drenados para obterem terras destinadas à agricultura e à construção. Ergueram casas, santuários, templos termas, edifícios destinados a reuniões e ao comércio que chamavam basílicas e abriram ruas e praças. O Fórum era a praça central, ao ar livre que passou a ser o lugar das reuniões dos cidadãos romanos, em que se discutiam assuntos importantes.
A primeira forma de governo dos romanos foi a monarquia. Durante cerca de dois séculos e meio sucederam-se, no trono, reis de origem latina, e outros de origem sabina e etrusca.
Os reis romanos não subiam ao trono por herança, eram escolhidos pelos homens das famílias nobres mais importantes.
Além de que o rei não tinha todo o poder, tinha de ouvir a opinião dos nobres reunidos em três tipos de assembleias:
.Senado - opinava sobre os assuntos mais importantes;
.Comícios curiais - que faziam as leis e escolhiam os reis;
.Comícios centuriais - que tomavam decisões sobre a guerra e a paz.

Segundo a tradição, o primeiro rei de Roma, foi Rómulo e o último foi Tarquínio, (o Soberbo) que não ouvia ninguém pelo que os Romanos descontentes com ele, decidiram expulsá-lo e escolher outra forma de governar, a República.



A República Romana
A autoridade máxima era realizada por dois cônsules eleitos só por um ano, assim evitava-se os abusos.
O senado e os comícios continuavam  a funcionar mas nomearam-se magistrados para tratarem de assuntos específicos. Os pretores encarregava-se da justiça, os edis organizavam a vida na cidade para que não faltassem alimentos e água potável, os jogos e os banhos públicos.
Na primeira fase da República, eram só os nobres que pertenciam ao senado e eram magistrados.
A sociedade romana dividia-se em três grupos: Os nobres ou patrícios ( que se dedicavam apenas à politica, à guerra e a negócios), os plebeus (homens livres que trabalhavam mas ganhavam pouco e não tinham direitos) e os escravos.
Com a República, os plebeus acreditaram que passariam a ter mais direitos, mas como não aconteceu, revoltaram-se.


A revolta dos plebeus
Os plebeus faziam muita falta à sociedade romana e como sabiam disso, em vez de pegarem em armas, saíram da cidade e foram viver para a colina de Aventino, onde se erguia o templo da Deusa Ceres (deusa da agricultura dos plebeus) e declararam que iriam construir a sua própria cidade. Os nobres como não sabiam viver sem os plebeus, pediram que voltassem e aceitaram que passassem a ter o direito de se reunir numa assembleia - o concílio da plebe - de escolherem magistrados que os defendessem e os protegessem do abuso de poder - os tribunos- que podiam vetar as leis (impedindo a sua aprovação) e as decisões dos nobres e até prender cônsules, se estes tomassem medidas que prejudicassem o povo. 

A Lei das Doze Tábuas
Como as leis romanas não eram escritas e baseavam-se em costumes, havia algumas injustiças.
Os tribunos da plebe exigiram leis escritas e os nobres aceitaram. Foram nomeados dez pessoas para tratar do assunto e as leis foram escritas em doze tábuas de bronze.


As grandes conquistas
Durante a Republica romana os exércitos da cidade foram vencendo as cidades vizinhas e conquistaram todo o território da Península Itálica e conseguiram ganhar aos gauleses (que viviam onde hoje é a França). Roma acabou a pouco e pouco por conquistar o território que hoje se chama de Itália e os seus exércitos foram-se organizando cada vez melhor.

As guerras púnicas
Quando já dominavam toda a península Itálica e dispunham de navios para comerciar no mar Mediterrâneo tiveram de se defrontar com os seus concorrentes, os Cartagineses.
Estes viviam em Cartago, no norte de África, mas tinham fundado muitas colónias em várias ilhas, a maior situava-se em Sicília.
Às lutas entre os Romanos e Cartagineses chamaram-se de guerras púnicas. Umas vezes ganhavam uns e outras os outros porque ambos os exércitos eram fortes.
As lutas foram muitas mas acabaram por vencer os Romanos que dominaram todas as terras dos Cartagineses. E depois continuaram a querer conquistar mais terras e aos poucos conquistaram a Macedónia, a Grécia, a Síria, Pérgamo e Egito. 



Os Romanos e os Lusitanos
Na Península Ibérica, os Romanos tiveram grande dificuldade em vencer no interior, sobretudo por parte dos Lusitanos, que lutaram bastante.
Lutaram durante 200 anos. O nome mais conhecido, desta luta, foi Viriato, que era um homem bravo, astuto e reto.
Como era impossível vencer Viriato em guerra, um Romano chamado Servílio Cipião deu dinheiro aos lusitanos de fraco carácter para que estes matassem Viriato enquanto dormia na sua tenda. Foi então traído e morto por um dos dele.

Partindo da Península Ibérica, os exércitos romanos atravessaram os Pirenéus e conquistaram a zona da Gália Narbonense (hoje sul de França e uma parte do norte de Itália).



Os Gracos
Roma dominava cada vez mais terras em redor do mar Mediterrâneo, no entanto, a vida dos plebeus porque os povos vencidos tornavam-se escravos, era cada vez pior. Os nobres aproveitavam-se da situação e ao invés de contratarem homens livres tinham os escravos à sua mercê.
No século I a.C., dois irmãos da família Graco, que eram nobres tentaram que as leis fossem alteradas por forma a proteger os plebeus e as suas terras, para que os grandes senhores não as comprassem.
Mas alguns nobres revoltaram-se e Tibério Graco foi assassinado e o seu irmão Caio acabou também por se suicidar.
No entanto, apesar dessa tragédia, alguns nobres formaram um partido para defender os mais pobres, o partido popular, que se opunha a um outro partido que defendia os ricos, o partido senatorial.

Com o partido popular, todos os habitantes de Itália adquiriram o direito a serem considerados cidadãos romanos, ou seja, podiam, por exemplo, gozarem de proteção do exército e podiam votar quando havia eleições.

Mário e Sila
Mário tornou-se famoso por ter sido um grande general que reorganizou todo o exército romano, podendo todos se alistar, pobres e ricos. O exército passou a ser permanente, e podiam ficar pelo menos durante 10 anos.
O exército era formado por legiões com cerca de 6000 homens comandados pelo general. As legiões subdividiam-se em grupos de 100 homens, as centúrias, comandadas por um centurião, que por sua vez, eram comandadas por um tribuno.
As armas também forma aperfeiçoadas e o símbolo escolhido, foi a águia, ave consagrada pelo deus Júpiter.
E assim, forma ganhando riquezas e tornaram-se muito poderosos.
Sila, discípulo de Mário, também se tornou num general muito conhecido, passando a depois da morte de Mário, que pertencia ao partido popular ao contrário de Sila, que era do partido senatorial, a aproveitar-se do seu poder e a massacrar os partidários de Mário, o que desencadeou várias revoltas.


A revolta dos escravos
Neste período, uma das grandes revoltas foi comandada pelo gladiador chamado Espártaco que juntamente com outros gladiadores e com o povo  num total de 60 000 homens lançaram o terror em toda a Itália, no entanto, foram derrotados pelas legiões.


O Senado e os senadores
Durante toda a República, os senadores reuniam-se constantemente em Roma para debater todo o tipo de assuntos, na Cúria. Cada senador tinha um lugar próprio para se sentar e só os senadores é que falavam. Os outros cidadãos apenas podiam ouvir os debates e as discussões.
Os que melhor falavam mais impressionavam e maior êxito conseguia na sua carreira política. Alguns senadores tornaram-se também advogados e defendiam causas perante a justiça.
Cícero foi um dos senadores mais célebres da época.

Uma aliança secreta- O primeiro Triunvirato
No ano 60 a.C, Crasso, Pompeu e Júlio César decidiram fazer uma aliança secreta que recebeu o nome de triunvirato.
Júlio César foi o mais notável. Combateu os gauleses, enquanto Crasso combateu no oriente, onde morreu e Pompeu começou por enfrentar os piratas que infestavam o Mediterrâneo. Depois regressou a Roma onde foi cônsul e não aceitou o pedido de César para continuar na Gália.
Nessa altura, Júlio César também decidiu regressar a Roma com as suas legiões e decidiu passar o Rubicão no Norte de Itália, que era o limite do território até onde os exércitos podiam avançar. Quando atravessou o Rubicão terá dito uma frase que se tornou célebre: “alea jacta est” que significa “os dados estão lançados”. Como infringiu a lei, ou vencia ou era vencido.
Pompeu fugiu para o Egipto, e Ptolomeu, o rei, mandou que lhe cortassem a cabeça e a enviassem a César, que reagiu mal e desencadeou uma batalha contra Ptolomeu que acabou por morrer em combate.



César e Cleópatra, a rainha do Egito
Depois de derrotar Ptolomeu, César foi para a Alexandria, capital do Egito. A irmã de Ptolomeu, Cleópatra, como desejava o poder decidiu seduzir César. Enrolou-se num tapete e mandou um servo ir levar-lho de presente. Quando César desenrolou o tapete e viu aquela mulher lindíssima ficou encantado. Os dois viveram um romance que ficou na história e que inspirou muitos artistas.

César, antes de voltar a Roma, travou uma batalha contra o rei do Ponto, no mar Negro. Aí terá declarado orgulhosamente, “veni, vidi, vici” ou seja, “vim,vi, venci”.
Foi nomeado ditador para toda a vida e passou a ser adorado nos templos como se fosse um descendente da deusa Vénus.
Por essa razão, foi alvo de uma conspiração em que  decidiram o matar precisamente numa sessão do senado.
Ainda houve quem o avisasse mas não quis acreditar.
O último a espetar-lhe um punhal foi o seu filho adotivo, a quem ele perguntou, antes de morrer: Também tu, Brutus, meu filho?


O segundo Triunvirato

Depois da morte de César, três homens fortes e cesaristas juntaram-se e formaram um novo Triunvirato, na intenção de dividirem entre si o governo no mundo romano.
Esses homens foram Marco António, Octaviano César e Lépido.
Dividiram o território para governar até que entraram em conflito entre si. Marco António casou com Cleópatra, de quem teve filhos. Mas foi um escândalo e Octaviano acabou por o derrotá-lo e Marco por se suicidar, tal como Cleópatra, para evitar ser morta em Roma.

Império Romano

Octaviano, depois de derrotar Lépido e Marco António, ficou senhor único do mundo romano. Os senadores concederam-lhe até a honra de ter o nome de Augusto, que só de dava aos deuses. Acabou por ser adorado como um Deus. Deu-se bem com os senadores, mas também distribuiu benefícios pelos povos das regiões conquistadas. Assumiu o comando supremo de todos os exércitos e favoreceu artistas, escritores e poetas. 
Assim, se iniciou o Império Romano. Augusto governou desde o ano 27 a.C. até ao ano 14 d.C., foi o primeiro imperador.

Sucederam-lhe várias dinastias de imperadores, que se consideravam como deuses e muitas vezes eram grandes tiranos, e cometeram as maiores atrocidades, como Calígula, que deu um cargo politico ao seu cavalo e mandou matar muita gente. Como Nero. que mandou matar a própria mãe, o seu irmão e as suas duas esposas.

Já o imperador Trajano governou com paz e prosperidade. Tal como a dinastia de Adriano e Marco Aurélio.

O cristianismo e as perseguições aos cristãos
Na época do imperador Augusto, a Palestina já pertencia ao Império Romano. Na Palestina vivia o povo judeu, que praticava uma religião monoteísta, ou seja, adorava um único Deus - Jeová.
Jesus Cristo nasceu na Palestina e era judeu, mas depois de adulto, abandonou as práticas do judaísmo e pregou uma nova religião, o cristianismo.
Foi considerado uma ameaça e apesar de nada existir contra ele foi condenado à pena máxima - crucificação.
Os apóstolos de Jesus continuaram a espalhar a sua palavra e mensagem, muita gente se converteu à nova religião.
Os Romanos eram politeístas, adoravam muitos deuses e não aceitavam os cristãos, pelo que, foi ordenado, muitas vezes, massacres coletivos. Foram queimados em fogueiras, outros pregados na cruz e lançados a feras.
Mas os cristãos apesar dos sacrifícios  mantiveram-se firmes na sua fé. 
Só no ano de 313, o imperador Constantino pôs fim às perseguições e deu liberdade de culto aos cristãos assinando o Édito de Milão.
No ano de 391 o imperador Teodósio reconheceu o cristianismo como religião oficial do estado romano e mandou encerrar os templos de todas as outras religiões.

A queda do Império Romano
Depois da morte de Teodósio, no ano de 395, o Império romano dividiu-se em dois: o Império Romano do Oriente, que incluía territórios desde a Grécia à Ásia Menor, grande parte do Norte de África, incluindo o Egito, ilhas de Chipre e de Rodes. 
O Império Romano do Ocidente, que abrangia a Itália, a Península Ibérica, a Gália, a Britânia, as ilhas de Córsega, Sardenha, Sicília e Baleares e ainda uma faixa do Norte de África.
A partir do século IV, o Império Romano começou a ser invadido por povos Bárbaros e foi sendo conquistado em parcelas e dando origem a novos reinos.
O Império Romano do Oriente manteve-se mais dez séculos, até ao ano 1453, data em que os turcos otomanos conquistaram Constantinopla.


A família romana
Os romanos valorizavam muito a família, inclusivamente, os seus antepassados, de quem faziam mascaras de cera que exibiam nas paredes.
O núcleo familiar era constituído pelo pai, pater famílias, que tinha a autoridade absoluta sobre a mulher, sobre os filhos, sobre os criados, sobre os escravos e sobre os escravos libertos.
Era permitido o divórcio. O homem é que decidia e podia depois casar com outra mulher. Apesar de que e desde que a família concordasse, a mulher também podia pedir o divórcio.
As mulheres nobres, as matronas, gozavam de muita liberdade e eram muito respeitadas. Visitavam amigas, iam às compras, às termas. Deslocavam-se nas liteiras, porque não era bonito as mulheres nobres andarem a pé.
A adoção era um hábito entre os romanos, mesmos os que já tinham filhos.
Além da sua família, os nobres sustentavam um grupo de homens livres a que chamavam clientes.


Deuses, adivinhos e práticas religiosos
Os Romanos eram politeístas, ou seja, adoravam vários deuses. O Deus supremo era Júpiter, e Juno a sua mulher. 
Na época do império, os imperadores passaram a ser considerados divinos e venerados como autênticos deuses.
Entre os romanos havia muitas cerimónias, rituais e festas religiosas que decorriam nos templos para prestar culto aos deuses, em altares ao ar livre ou em casa de nobres.
Além de rezas, invocações, sacrifícios de animais e manutenção de fogos sagrados, os romanos dispunham de práticas de adivinhar o futuro. Essas práticas estavam a cargo dos áugures, homens nobres a quem era reconhecida capacidade de adivinhação, porque captavam certos tipos de sinais, como o voo das aves, o comportamento de certos animais vivos, ou observando as vísceras de animais sacrificados. Sempre que havia um acontecimento importante para Roma, os responsáveis convocavam o áugure para fazer o augúrio.

A palavra inauguração que significa cerimónia de abertura tem origem nesta prática romana.

Quando eram chamados vestiam uma toga especial, empunhavam um bastão curvo muito trabalhado, como símbolo do seu poder, e eram muito bem pagos pelos serviços que prestavam.


Diversões, jogos e espectáculos

O calendário romano tinha muitos dias festivos dedicados aos deuses. Chegaram a ser 150 por ano. As diversões podiam ser jogos, lutas entre gladiadores, peças de teatro, leitura de poemas, corridas de cavalos, lutas entre animais: leões contra tigres, touros contra leões, elefantes contra tigres, etc.

Inicialmente, as lutas realizavam-se em praças com bancadas mas depois foram construídos estádios, teatros e circos de tijolo e pedra.

Nas lutas de gladiadores, o povo romano ficava muito entusiasmado, tal como nas corridas de cavalos que eram realizados em circos. As corridas mais apreciadas eram as de carros de quatro cavalos, as quadrigas. Já existindo o hábito de fazer apostas.

Como os romanos davam grande importância à higiene do corpo e construíram edifícios imponentes especialmente destinados a banhos públicos, as termas.

Construíram aquedutos para captar água doce e transportá-la para onde fosse necessária de modo a abastecerem as vilas e as cidades.

Construíram tanques, sistemas de regas para os campos, sistemas de circulação de água para as habitações mais ricas. Só os pobres que viviam em prédios é que não tinham abastecimento de água, mas não faltavam fontes espalhadas pelos bairros de Roma e de outras povoações do império.

As termas eram geralmente decoradas com mármores, estátuas e mosaicos representando cenas variadas. Tinham aquecimento central  à base de lenha. Havia compartimentos para os cidadãos trocarem de roupa, porque se banhavam nus, outros para a prática de desportos como corrida, jogos de bola, etc. Havia também salas para as pessoas conversarem e suavam (espécie de sauna), havia piscinas de água fria.

Junto às termas, geralmente rodeadas de jardins, existiam bibliotecas, museus, vendas de comida, lojas com todos os géneros de produtos.

As mulheres e as crianças iam ao principio da tarde, e os homens ao fim da tarde, porque os mesmos edifícios serviam para ambos os sexos e eram usados por pobres e ricos porque eram gratuitos e local de encontro e convívio.


A contagem do tempo entre os Romanos

O ano dividia-se em 12 meses: Januário, Februário, Márcio, Abril, Maio, Junio, Julio (em honra de Júlio César), Augusto (em honra de Augusto), Setembro, Outubro, Novembro, Dezembro. O primeiro dia de cada mês chamava-se Calendas. O décimo e quinto dia dos meses de Márcio, Maio, Júlio e Outubro chamavam-se Idos. Nos outros meses os Idos eram o 13.º dia.

A semana tinha 7 dias com os seguintes nomes: Lua, Marte, Mercúrio, Júpiter, Vénus, Saturno, Sol.

As horas dividiam-se em horas do dia (hora prima, secunda, tertia, quarta, quinta, sexta, septima, octava, nona, décima, undécima, duodécima e acabava ao pôr do sol) e horas da noite que eram oito e se chamavam vigílias. O instrumento que marcava as horas eram os relógios de sol colocados em jardins particulares ou em lugares públicos. Os relógios de água, as clepsidras também eram usadas, mas apenas marcavam a passagem do tempo.

Vestígios do Império Romano em Portugal


A invasão da Península Ibérica começou quando os Romanos lutaram com os Cartagineses (guerra púnica), entre 218 a.C e 201 a.C). Os Romanos venceram e procuraram dominar os povos que viviam na Península Ibérica porque era uma região rica em ouro, prata, ferro, cobre e porque queriam cobrar impostos aos habitantes.
Mas a conquista não foi fácil. Durante 200 anos, os Lusitanos se impuseram, tendo-se distinguido o chefe Viriato, que os Romanos só venceram recorrendo à traição.
Apesar da grande resistência, a partir de 19 a.C., já no tempo do primeiro imperador de Roma, o imperador Augusto, toda a Península Ibérica ficou integrada no Império Romano e dividida em três províncias.

Existem muitos vestígios da ocupação romana, nomeadamente a vila romana de S. Cucufate no Alentejo, perto de Vidigueira, as ruínas de Milreu, no Algarve, em Estói, perto de Faro, a Cenfum Cellas, perto de Belmonte, entre outras.
Templo de Diana em Évora
Centum Celas (Belmonte)


Ruínas de Conímbriga (Condeixa)


Opinião final


Confesso que a leitura não é o meu hobby preferido, no entanto, admito que, de todos os livros que já li, este foi dos que mais me interessou e motivou.
Talvez pelo mistério, pelo crime, pelo romance, e de forma ligeira apreendi e/ou revi a matéria estudada na aula de história,  sobre os Romanos e a sua influência no mundo.
Na verdade, preferi, a primeira parte do livro, da ficção, à segunda porque está escrita numa linguagem simples, reconheço que fiquei a saber muito sobre aquela época.
Pesquisei na Internet, se as personagens referidas no livro e a própria história fora real, mas nada encontrei, nomeadamente acerca do senador Flávio Quinto, que desconheço a existência. Creio assim que, todas as personagens do livro são fictícias, mas poderiam concerteza ser reais, e serem nobres daquela época.
Os Romanos e o seu Império foram um povo  majestoso,  que influenciou todo o mundo. Foi com eles que as leis começaram a ser escritas, que se deu importância à higiene pessoal, ao desporto e ao convívio.
Tal como, ao debate sobre os assuntos que a todos interessavam. A arquitectura e o planeamento dos esgotos e da distribuição de água também foi desenvolvida por este povo. Enfim, ainda hoje lhes devemos o que nos deixaram, por todo o mundo.


Aconselho vivamente a todos a lerem este livro!