segunda-feira, 28 de março de 2016

XII Capítulo - O veneno

O senador ordenou ao cozinheiro que comesse todo o prato.  O cozinheiro que tremia tanto, deixou-o cair no chão. Mas com o pouco que já tinha comido, a sua cara já estava verde. No entanto, o senador pediu para que apanhasse o resto e comesse. "Não te escapas!".
Estavam todos consternados!
Valério começou a chorar e a dizer que era um monstro, que merecia  a morte. Não tinha coragem para comer mais. Que tinha sido obrigado contra a sua vontade.
Cómodo e Camilo ainda perguntaram quem tinha dado a ordem. Mas o senador, desviou a conversa e ordenou que os outros escravos o levassem para um quarto e  o trancassem.
O senador não quis que os filhos soubessem a verdade  e respondeu-lhes que Apolónio tinha descoberto tudo, mas tinha sido por questões politicas.
Ainda tentaram dizer que quem ia comer era Paulina e não ele, mas o senador conseguiu desviar a conversa e disse, a Apolónio, que a partir daquele dia era um homem livre, já não era escravo. Mas se quisesse podia continuar naquela casa como liberto.
Para Apolónio era uma honra e principalmente porque a partir daquele momento teria o nome de família Flávio.
Entretanto, Valério estremecia no quarto porque o patrão estava lá com o Apolónio, só podia ser para lhe arrancar a confissão completa antes de o mandar matar.
Mas não precisou de relatar o que se tinha passado. Apolónio só queria saber onde estava o veneno.
Valério levou-os a uma dispensa onde se guardava a fruta e mostrou-lhes duas romãs que tinha esvaziado por dentro. Numa delas ocultava o pequeno frasco de vidro azulado ainda com algumas gotas de veneno. Noutra guardava uma bolsa com moedas que Sílvia lhe tinha dado para pagar o serviço. Entregou tudo ao patrão.O senador sabia que Sílvia, tal como o cozinheiro se desculpou, tinha artes de vergar qualquer homem, quanto mais um escravo...
O senador deu moedas ao cozinheiro e disse para que Apolónio o levasse para longe e o deixasse fugir.
Quando o senador voltou para a sala, deparou-se com Sílvia, que vinha buscar os filhos para irem viver com ela.
Cómodo e Camilo não gostavam de viver com a mãe, que consideravam que era um inferno.
O Senador era chefe de família podia tomar as decisões que quisesse sobre os seus descendentes. Ainda lhes perguntou o que queriam, mas como estes não responderam, o senador disse a Sílvia que ficava com os filhos e com o frasco de veneno que lhe podia ainda ser útil.
Sílvia que não sabia da descoberta, perdeu a cor, abriu e fechou a boca várias vezes, deu a volta e saiu de rompante, deixando atrás de si o cheiro acre de raiva.
Os dois rapazes disseram ao pai que não queriam ir viver com a mãe. O senador escondeu o frasco e perguntou aos filhos, se João se safava a andar a cavalo. Os dois responderam que sim.

                                                                                                                   

Curiosidades:
.Os escravos libertos tomavam o nome da família que os libertava.



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