Três dias depois, Apolónio viu Sílvia
no mercado das frutas e ficou alerta. Não era normal as senhoras comprarem
comida. Se ela lá estava, era porque havia um fortíssimo motivo.
Oculto, por detrás de
uma tenda, ficou a espreitar. Confirmou as suas piores suspeitas porque ela fez
um sinal ao cozinheiro do Senador. O homem ficou alterado e tentou ir-se embora
mas Sílvia obrigou-o a ir com ela para trás de uma tenda. Apolónio tentou
deslocar-se para tentar ouvir a conversa, mas não conseguiu. Sílvia dava ordens
ao cozinheiro, mas este parecia não querer aceitar e cumprir.
Apolónio regressou a
casa, mas por azar, Cómodo e Camilo esperavam, pela sua chegada, no jardim, com
ordens do Senador para que o acompanhassem ao Templo de Vénus. Apolónio
seguiu-os.
Apolónio quando
teve oportunidade de estar, em casa do Senador com o cozinheiro, encostou-o à
parede e o cozinheiro disse apenas que Sílvia falava com ele porque queria que
fosse cozinhar para casa dela. Apolónio saiu da cozinha, desconfiado. Pensou
que Sílvia não poderia ter dito ao cozinheiro para colocar veneno na comida, senão
também mataria os seus filhos, mas para colocar qualquer outra substância para
apenas matar Paulina. Dirigiu-se para a zona da dispensa mas não encontrou
nada. Chamou a Florónia e pediu para que ela pedisse ao cozinheiro troncos de
louro verde para perfumar as arcas da sua senhora Paulina e que tinha de ser
naquele momento.
Mais tarde logo lhe
explicaria a razão daquele pedido.
Florónia sempre se
sentira atraída por aquele escravo grego tão bonito e tão inteligente,
escolhido para ensinar os filhos da casa, capataz e secretário ao senador. Por
isso era com muitas alegria que, naquele dia, o ajudaria.
Aproveitando a
ausência do cozinheiro da cozinha e com a sua ida ao jardim, Apolónio
vasculhou tudo mas não encontrou nada. Os rapazes e o "avô" Orlando
que vinham do seu passeio, estavam esfomeados. Sentaram-se todos à mesa e os
escravos levaram a comida para o jantar.
Mas antes, Apolónio
foi para o escritório com o Senador e contou-lhe das suas desconfianças.
Já estavam todos a
comer , só faltava Paulina que aguardava a carne besuntada de garum. Quando
Florónia lha apresentou, para estupefação geral, o senador retirou-lhe o prato
das mãos e pousou-o na mesa junto de si. E ordenou que chamassem o cozinheiro,
o Valério.
Quando este chegou, o
senador disse-lhe que devia ter preparado aquele prato com toda a arte e
que estava com muito bom aspeto, mas podia ter exagerado no tempero pelo que
queria que ele, cozinheiro, o provasse antes.
Todos que estavam à mesa perceberam, menos a pequena Lavínia que o senador
desconfiava do cozinheiro, por isso estava a pô-lo à prova.
Curiosidades:
.Naquela época os
alimentos como batatas e esparguete ainda eram desconhecidos.
Sem comentários:
Enviar um comentário