segunda-feira, 28 de março de 2016

XI Capítulo - Chegou a hora

Três dias depois, Apolónio viu Sílvia no mercado das frutas e ficou alerta. Não era normal as senhoras comprarem comida. Se ela lá estava, era porque havia um fortíssimo motivo.
Oculto, por detrás de uma tenda, ficou a espreitar. Confirmou as suas piores suspeitas porque ela fez um sinal ao cozinheiro do Senador. O homem ficou alterado e tentou ir-se embora mas Sílvia obrigou-o a ir com ela para trás de uma tenda. Apolónio tentou deslocar-se para tentar ouvir a conversa, mas não conseguiu. Sílvia dava ordens ao cozinheiro, mas este parecia não querer aceitar e cumprir.
Apolónio regressou a casa, mas por azar, Cómodo e Camilo esperavam, pela sua chegada, no jardim, com ordens do Senador para que o acompanhassem ao Templo de Vénus. Apolónio seguiu-os.
Apolónio  quando teve oportunidade de estar, em casa do Senador com o cozinheiro, encostou-o à parede e o cozinheiro disse apenas que Sílvia falava com ele porque queria que fosse cozinhar para casa dela. Apolónio saiu da cozinha, desconfiado. Pensou que Sílvia não poderia ter dito ao cozinheiro para colocar veneno na comida, senão também mataria os seus filhos, mas para colocar qualquer outra substância para apenas matar Paulina. Dirigiu-se para a zona da dispensa mas não encontrou nada. Chamou a Florónia e pediu para que ela pedisse ao cozinheiro troncos de louro verde para perfumar as arcas da sua senhora Paulina e que tinha de ser naquele momento.
Mais tarde logo lhe explicaria a razão daquele pedido.
Florónia sempre se sentira atraída por aquele escravo grego tão bonito e tão inteligente, escolhido para ensinar os filhos da casa, capataz e secretário ao senador. Por isso era com muitas alegria que, naquele dia, o ajudaria.
Aproveitando a ausência do cozinheiro da cozinha e com a sua ida ao jardim,  Apolónio vasculhou tudo mas não encontrou nada. Os rapazes e o "avô" Orlando que vinham do seu passeio, estavam esfomeados. Sentaram-se todos à mesa e os escravos levaram a comida para o jantar.
Mas antes, Apolónio foi para o escritório com o Senador e contou-lhe das suas desconfianças.
Já estavam todos a comer , só faltava Paulina que aguardava a carne besuntada de garum. Quando Florónia lha apresentou, para estupefação geral, o senador retirou-lhe o prato das mãos e pousou-o na mesa junto de si. E ordenou que chamassem o cozinheiro, o Valério.
Quando este chegou, o senador disse-lhe que devia ter preparado aquele prato com toda a arte  e que estava com muito bom aspeto, mas podia ter exagerado no tempero pelo que queria que ele, cozinheiro, o provasse antes.

Todos que estavam à mesa perceberam, menos a pequena Lavínia que o senador desconfiava do cozinheiro, por isso estava  a pô-lo à prova.

Curiosidades:
.Naquela época os alimentos como batatas e esparguete ainda eram desconhecidos.

Sem comentários:

Enviar um comentário