domingo, 24 de abril de 2016

Sobre mim...

Olá a todos! Sejam muito bem-vindos ao meu blog!

Sou o Gonçalo Silva e sou aluno da escola do Montenegro,  da turma do 7ºD.

Criei este blog com o propósito de apresentar um livro que precisamos de ler até maio, cumprindo o guião de leitura proposto pela nossa professora Elisa Cardoso, da disciplina de História.
De várias opções que tinha, para apresentar o meu trabalho, como Prezi, Movie Maker, Picasa, escolhi o blog, por curiosidade, porque desconhecia como criar e “alimentar” tal ferramenta informática, e acredito que é interessante e diferente de tudo o que tinha usado até ao momento. O objetivo é fazer um post, por cada capítulo,  e porque o livro para além de ser de ficção também nos dá a conhecer o Império Romano e tudo o que caracterizou aquela  época rica, resumir parte da história e no final refletir sobre a obra.

E até tenho a ousadia de pedir a quem me lê que comente ou deixe uma mensagem.

Quem sabe se não estou a ajudar outros alunos a conhecer esta obra e a gerar a curiosidade para a lerem!

O livro

Adotei, o livro "Em Roma Sê Romano", da escritora Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, com ilustrações de Arlindo Fagundes, da editora Caminho.

Este livro pertence à coleção Viagens do Tempo, tendo como número, o 16. O modelo que temos faz parte da 4ª edição, publicado a julho de 2015, em Guide. 
Este livro chamou-me à atenção, porque pareceu-me interessante, divertido de ler, e diferente de todos os outros que me propuseram. 

A obra está dividida em capítulos e relata-nos sobre “documentos antigos” que revelam segredos e deixam no ar a suspeita de crime provocado por uma mulher linda “de morrer” e “má como as cobras”, mas que muitos homens não conseguiam resistir à sua beleza e personalidade.

A obra é de ficção, porque têm personagens atuais, do nosso século, Orlando, Ana e João que viajam numa máquina do tempo, para Roma "antiga" onde se passa todo o enredo.

Partem à descoberta da verdade e são apanhados num autêntico remoinho de cenas fortes e de emoções: lutas de gladiadores, paixões proibidas, venenos, fugas, adivinhos em ação, etc, etc. 
Cenas essas, que apesar de se tratarem de ficção,,são baseadas em factos reais da época, dos seus modos e costumes.  Como viviam e se agrupavam, as pessoas em sociedade, principalmente, os senadores e os que ocupavam grandes cargos, como os nobres, suas vestes, ocupações,  as suas crenças, medos e até desportos favoritos.

Orlando é cientista e um velho amigo de João e Ana, que são dois adolescentes normalíssimos, sempre à procura de viverem grandes aventuras. Têm os três em comum o facto de serem muito curiosos e gostarem de desvendar mistérios.

E depois de decidirem viajar ao passado, à época conhecida como a do grande Império Romano, já não se podiam  escapar porque, como diriam os romanos em latim "alea jacta est" ou seja "os dados estão lançados". E, quando assim é, não se pode voltar atrás. 


Todas as outras personagens, como o Senador Quinto Flávio, a sua ex mulher Sílvia, a sua atual, Paulina, os seus filhos, os seus escravos, os gladiadores, entre outras, que vivem na cidade de Roma, onde se passa toda a história, são personagens da época Romana, que se vestem e agem, ao longo de toda a história, como se vivia na época.  





sábado, 9 de abril de 2016

As autoras do livro

Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada são professoras e duas grandes viajantes. Ficaram famosas pela coleção de livros juvenis 'Uma Aventura' alcançando mais de 50 títulos editados e adaptações para televisão e cinema.

Os seus livros, que marcaram uma viragem na história da literatura infantil portuguesa refletem a longa e rica experiência educativa, são eco de uma infância e juventude particularmente felizes e traduzem o enorme talento das duas em comunicar com os mais novos.

Ana Maria Magalhães nasceu em Lisboa a 14 de abril de 1946, no seio de uma enorme família onde as crianças ocupavam o primeiro lugar. A casa albergava pais, avós uma tia viúva que contava muitas histórias. Recebiam muitos tios e primos que passavam, oriundos do Porto, da Régua, de Moncorvo, trazendo consigo outras histórias e linguagens e expressões diferentes. A sua infância e juventude foram pois muito alegres e com muita troca de experiências humanas.
Licenciou-se em Filosofia e em Psicologia. Casou aos 21 anos de idade, ainda estudante e começou a trabalhar na Escola Inglesa Cambrigde School e depois no Gabinete de Estudos dos Serviços de Apoio à Juventude do Ministério da Educação.
Foi professora de História de Portugal em Moçambique. E depois em Portugal. Mais uma vez e porque teve contactos com várias culturas pelas várias escolas onde lecionou, e onde formou outros professores, permitiu-lhe vivenciar várias experiências.
O Ministério da Educação chamou-a para integrar a equipa que se ocupou da Reforma do Sistema Educativo, e participou em outras atividades ligadas a este Ministério.

Mas é principalmente conhecida por ter escrito a coleção "Uma Aventura", em dupla com Isabel Alçada. 

Isabel Alçada, nasceu em Lisboa a 29 de maio de 1950, em Lisboa. Filha mais velha de uma família maioritariamente feminina.
A casa estava sempre cheia de tios e primas de todas as idades, gente muito alegre e comunicativa. O seu pai convidava muitos amigos, organizando muitos passeios e jogos, piqueniques e viagens.
Era um grande contador de histórias.
Licenciou-se em Filosofia. Casou, teve uma filha e começou a trabalhar na Psicoforma.´- Centro de Formação e Orientação Profissional.
No dia 25 de abril foi admitida no Ministério da Educação, primeiro como técnica da Direção-Geral Permanente da Educação, em 1975. Em 1976 tornou-se professora do ensino básico.
Foi diretora do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa. Começou a trabalhar no Gabinete de Estudos e Planeamento do Ministério da Educação. Assumiu o cargo de Administradora da Fundação de Serralves, em regime de voluntariado.

Formou com Ana Maria Magalhães, uma dupla na escrita infanto-juvenil em 1982. Nesta mesma data escreveram a sua primeira coleção, como já tínhamos falado, "Uma Aventura".

Da coleção Viagens no Tempo, os livros mais conhecidos são: 
"Uma viagem ao tempo dos Castelos", "uma visita à Corte do rei D. Dinis", "O Ano da Peste Negra", "Uma Ilha de Sonho", "O Dia do Terramoto", "Mataram o Rei", entre outros.



I Capítulo - Mistério antigo

O primeiro capítulo conta-nos um encontro de dois irmãos, Ana e João com o cientista de nome, Orlando.
Este último estava curioso com a descoberta que tinha feito quando visitou o seu amigo Renato, nas suas férias passadas, em Roma.
A casa de Renato estava em obras, mais propriamente escavavam o seu quintal para construir uma piscina, quando encontraram vestígios subterrâneos de uma casa com mais de 2000 anos e um cofre de ferro com rolos de papel, manuscritos com palavras escritas em latim, algumas decifráveis.
Orlando mostrou a Ana e João um dos manuscritos que trouxe com ele, que por mais esforço que fizesse não conseguia ler as letras porque se encontravam esborratadas.

Estavam muito curiosos e tinham que descobrir quem era e como vivia a família que há 2000 anos tinha vivido naquele espaço que agora o Renato queria fazer a sua piscina.

As poucas palavras que conseguiram decifrar referem-se a uma mulher chamada Sílvia. Quem escreveu dizia que as pessoas a odiavam mas também a adoravam.
Sílvia era inteligente e má mas quando chegava, quem com ela comunicasse, obedecia às suas ordens. Devia ser uma pessoa infernal!
Lia-se que tinha a voz quente e enlouquecedora. O escritor dos pergaminhos confessava que sonhava com Sílvia e sentia arrepios. Tudo indicava que estava apaixonado.
Pela descrição percebeu-se que alguém chamado Flávio encontrava-se com Sílvia às escondidas por detrás do Templo de Vénus. Mas, um dia, Sílvia levou com ela frascos com veneno mortal e só podia ser para matar o Senador Quinto Flávio.
Quem escreveu, tais palavras,  que devia ser criado ou escravo e não podia avisar ninguém, apesar das provas. Sílvia estava no mercado e não o tinha visto com o cozinheiro. Estava atormentado porque se apercebeu que podia haver uma coisa terrível e não podia fazer nada.

Terá havido crime? Perguntaram Ana e João ao Orlando.

Tinham a máquina do tempo e queriam muito saber o que tinha acontecido. Não podiam fazer nada, nem mudar a história. Mas Orlando sabia quando tudo tinha acontecido e tinha de os visitar.
Decididos a viajar no tempo, na sua máquina, concluíram que terminada a viagem, podiam utilizar a frase de César quando venceu o rei do Ponto: Veni, vidi e vici.

Curiosidades:
. Os Romanos falavam latim.
. Alguns escravos ou criados Romanos, sabiam ler e escrever.

II Capítulo – Um mergulho com dois mil anos


Orlando, Ana e João, antes de entrarem na máquina do tempo, tiveram que se vestir a rigor, com as roupas e calçado da época.
Ana escolheu umas sandálias com tiras de cabedal que atavam ao tornozelo e uma túnica amarela. Até se achou gira!
Por sua vez, João estava perplexo diante das vestimentas masculinas. Enrolavam primeiro um pano branco junto ao corpo e depois enfiavam uma túnica pela cabeça e atavam-na com um cinto. João escolheu uma túnica vermelha mas sentiu-se mal porque era como vestir uma saia. “Em Roma, sê Romano”, respondeu-lhe Orlando.
Continuou relutante quando foi a hora de se pentear. Tinha que usar franja.
A Ana teve que fazer risca ao meio, com o cabelo apanhado na nuca, preso com ganchos e uma fita de pano da cor da túnica para enfeitar o penteado.
Já Orlando vestiu-se de igual modo mas por ser adulto teve que colocar, por cima, um pano de lã fininho e comprido de modo a ficar às pregas. Era uma toga.
Chuparam uma pastilha para falarem latim, Orlando carregou no botão do comando, tipo da TV, que emitiu um raio de luz brilhante e estavam prontos para viajar na máquina do tempo. Em dois segundos retrocederam 2000 anos na história.
Foram parar no Fórum, no meio de uma multidão que, nas bancadas de madeira construídas em degraus à volta de um espaço bastante amplo que estava coberta de areia muito bem alisada, gritavam à espera do espetáculo de luta, entre gladiadores, em que só um sobrevivia.
A Ana não aguentou com tanta monstruosidade e chorou.
O João ficou muito entusiasmado quando o vencedor deu a volta à arena com uma folha de palmeira na mão direita.



Curiosidades:
.Os Romanos não calçavam sapatos nem meias, apenas sandálias muito fininhas e maleáveis e botas para soldados.
.Os homens e mulheres vestiam roupas iguais.
.Existia o Fórum que é uma grande praça rodeada de lojas, templos, tribunais e edifícios para reuniões, sempre cheia de gente.



III Capítulo – Uma cicatriz em forma de estrela

Do segundo combate, Ana quase não assistiu a nada.
Um dos homens levava uma espada curta, na mão direita e um escudo retangular na esquerda. O outro, em vez de espada, empunhava um garfo, gigantesco, de seu nome tridente. Na outra mão transportava uma rede com chumbos nas pontas como a dos pescadores.
O homem que tinha a espada conseguiu desarmar o inimigo e venceu o combate.
O público não levantou lenços brancos e o vencedor espetou a sua faca, várias vezes, no corpo do derrotado, quando este estava já deitado no chão.
Depois do combate, um cavaleiro que ia a tentar furar pelo meio da multidão, perdeu o controlo do cavalo, que empinando suas patas, derrubou Orlando, ferindo-o na testa.
O cavaleiro preocupado com Orlando, levou-os até uma estalagem que ficava numa rua estreita.
Uma senhora de nome Sara, que o cavaleiro tinha falado, apareceu  e sem  perguntar a Orlando o que se tinha passado, tratou dele.
O homem disse-lhes que era treinador de gladiadores.
Orlando estendeu-se numa cama de madeira com um colchão de palha e com a almofada também de palha. Estava tão cansado que adormeceu rapidamente. Ana ficou num compartimento mesmo ao lado, onde só havia uma cama.
João não tinha sono, então resolveu ir até ao piso debaixo ter com os gladiadores.
João teve uma surpresa tão inesperada que se engasgou com a sua própria saliva e tossiu. Tinha visto um homem que bebia regularmente, nas suas costas e na sua mão uma cicatriz uma estrela do mar exatamente igual à do gladiador que ele vira morrer na arena.







IV Capítulo- Revelação inesperada


Um escravo serviu vinho a todos os homens que permaneciam acordados e na conversa.
João detestou o vinho mas fingia que o bebia. Pensou se era possível o homem da cicatriz, tivesse sobrevivido a tantos golpes.
Todos os homens cantavam, bêbados, em coro:

Cuidado com o gladiador
Quem não tem medo da morte
E quando toca ao amor
É o homem com mais sorte...

Quando todos os homens se foram deitar, João foi atrás de Terêncio (dono da estalagem) para saber como tinha ficado o senhor da cicatriz, que se chamava Énio. Terêncio disse-lhe que não tinha morrido, apenas tinha sacos de sangue de porco no peito, que é igual ao dos homens, na barriga, e outro junto da virilha, para que o publico pensasse que o gladiador tinha mesmo morrido.

Curiosidades: 
.Em Roma, naquela época já havia um sistema de esgotos e a grande parte das latrinas estavam ligadas à grande cloaca da cidade.


V Capítulo - Em casa dos Flávios

No dia seguinte, logo que se levantou, Orlando procurou alguém para lhe indicar onde era a casa do Senador Flávio. Fingiram ser parentes que vinham de Arpino.
Terêncio conhecia o Senador Flávio que já não via há muito tempo e por isso ofereceu-se para acompanhá-los a sua casa.
Orlando, João e Ana seguiram Terêncio pelas ruas estreitas de Roma, pelas Sete Colinas, apinhadas de gente que se deslocavam a pé, de cavalo ou de carroça.
Tentavam observar tudo o que viam,  ouviam e cheiravam. Ana e João comparavam alguns utensílios que as pessoas daquela época utilizavam  e o que eles utilizavam nos seus dias.
A casa de Quinto Flávio ficava na encosta do Monte Palatino, escolhido por muita gente rica para mandar erguer as suas belas mansões rodeadas de jardins e de muros altos.
Quando entraram, o porteiro conduziu-os através de um compartimento que tinha as paredes cobertas de caras de homens moldadas em cera branca, que eram as máscaras dos antepassados ilustres. Adiante, entraram num pátio interior rodeado de colunas e com um lago onde nadavam peixes vermelhos. Minutos depois, apareceu um homem robusto, sem rugas mas com pouco cabelo que os abraçou, contente por pensar que eram seus parentes.
Chamou pelo escravo Apolónio para que chamasse o resto da sua família. João e Ana pensaram logo que aquele escravo só podia ser o autor dos escritos que tinham lido em casa de Orlando. Era novo, de pele clara, olhos pretos, enormes e pestanudos.
Terêncio despediu-se e foi-se embora.
O Senador apresentou-lhes a sua mulher Paulina, que não passava de uma rapariga vulgaríssima,os seus dois filhos rapazes, de idade próxima de João e Ana, Cómodo e Camila, filhos de um anterior casamento e Lavínia, sobrinha de Paulina, que tinham adotado.
Mais tarde, apareceu na sala uma mulher lindíssima, que só podia ser a Sílvia. Era alta, loira, de túnica azul, muito elegante, de olhos azuis que cintilavam como se tivessem luz própria, o nariz era perfeito, boca grossa e rosada e cabeleira farta.

Houve um desentendimento, entre o Senador  e a sua ex mulher Sílvia, por causa dos filhos de ambos. Sílvia estava furiosa porque não os tinha entregue conforme estava combinado. Sílvia foi-se embora, com os dois filhos, e deixou para trás um terrível mal-estar e um cheiro intensíssimo a perfumes exóticos.

Curiosidades:
. Era costume nos Romanos, quando morria alguém da família encomendar uma luta entre gladiadores, pensavam que era uma boa maneira de agradar os deuses.





quarta-feira, 6 de abril de 2016

VI Capítulo - Confidências escaldantes

Logo que Sílvia e os filhos saíram, o Senador tentou desanuviar o ambiente, mas via-se que estava muito aborrecido com os disparates que ela disse.
Paulina estava sentada e muito pálida, tendo o marido perguntado se ela se sentia bem. Paulina respondeu-lhe que tinha a garganta seca.
Depois de ter bebido um copo de água, Paulina caiu redonda no chão, parecendo que estava morta, com a boca entreaberta, olhos fechados e gelada.
Orlando ao medir-lhe o pulso, viu que era apenas um desmaio, uma vez que o coração batia.
Depois do Senador ter levado Paulina para o quarto, ordenou a Apolónio que fosse chamar o médico de família, mas entretanto, Orlando disponibilizou-se a observar a doente enquanto o médico não chegasse. O Senador aceitou a proposta de Orlando.  
Os dois irmãos ficaram desconfiados das verdadeiras intenções de Orlando. Este ordenou que João e Ana fossem com Apolónio.
No quarto com Quinto Flávio, Orlando fez uma afirmação subtil, de que a causa do desmaio foi um ataque de nervos por ter aparecido Sílvia.
O Senador sentiu necessidade de desabafar e confirmou que ela ultimamente tem feito a vida deles num inferno.
Depois de ter chamado uma escrava para que acompanhasse o sono de Paulina, levou Orlando para um pequeno escritório, onde desabafou.Os mesmos desabafos que o Senador fazia com o Orlando, sobre a vida que teve com Sílvia, Apolónio também tinha com os dois irmãos na viagem que faziam até Roma.
Apolónio contou-lhe desentendimentos do casal, uma vez que dormia debaixo do quarto do Senador, e nas tábuas do chão havia uma frincha que permitia ouvir as conversas deles e por isso referiu que Sílvia queria divorciar-se porque tinha a mania das grandezas, e tantas foram as exigências que lhe deu cabo  da fortuna, tendo ficado com dividas. Foi então, que Sílvia propôs ao Senador que casasse com Paulina, que é riquíssima,
Paulina foi imposta ao Senador pela Sílvia porque este nem sequer a conhecia.
A intenção de Sílvia era que o Senador lhe fosse dando dinheiro nas visitas escondidas que lhe iria continuar a fazer sem que Paulina soubesse. O que ainda aconteceu por muitas vezes.
Entretanto, o Senador começou a gostar de Paulina  porque esta era doce e carinhosa, e a pouco e pouco, deixou de fazer visitas escondidas à Sílvia, passando a enviar o dinheiro suficiente para ela viver, pelo Apolónio.
Sílvia ficou furiosa com tudo isso, desconfiando Apolónio que esta quis matar Paulina, através do cozinheiro, para que o marido ficasse viúvo e rico, e assim pudesse voltar a casar com ele de novo.
Os irmãos perguntaram a Aoplónio porque nunca tinha contado a história ao Senador, este disse-lhes que não tinha provas e além disso era escravo pelo que não sabia o que lhe podia acontecer.
Tiveram uma ideia que era ir buscar o médico e pelo caminho, Apolónio lhe sugerisse que talvez Paulina tenha comido alguma coisa que lhe fez mal, que seria bom interrogar o cozinheiro.

Desataram a correr, e pelos azares, o médico não estava nem voltaria nos próximos dias porque saíra de Roma.

VII Capítulo - Plano audicioso

Ana propôs uma solução que era irem à estalagem de Florêncio,  procurar por Sara.
Então, assim o fizeram.Quando chegaram, o empregado disse que não estava ninguém na estalagem. Ficaram na sala de espera a aguardar por Sara. Enquanto lá estavam, o empregado foi às compras.
Apolónio como estava demasiado agitado pediu para que os dois irmãos ficassem lá enquanto ele ia procurar outro médico. Assim o fizeram.
Os dois irmãos ouviram duas vozes femininas através de uma frincha das tábuas do tecto. Ana captou a palavra "veneno" e João "morta". Imaginaram que pudesse ser a Sílvia a conspirar com a Sara ou com outra pessoa, para arranjar veneno para matar Paulina.
Pé  ante pé dirigiram-se aos quartos do primeiro andar para escutarem melhor as conversas. Concentraram-se de tal forma que não ouviram passos no corredor e apanharam um susto quando olharam para trás e lá estava Terêncio.
João e Ana contaram tudo o que tinha acontecido e a razão porque lá estavam na estalagem.
Terêncio contou-lhes que se tinha apaixonado por uma vestal*, de seu nome Metela, com a qual está impedido de falar, por isso preparou um plano para puderem ficar os dois, porque ela também sempre que sai do templo e vai para casa, o olha fixamente demonstrando igual sentimento por ele.
Contou que Sara fez um veneno para Rubila (cozinheira) levar para casa das vestais para dar a bebê-lo a Metela, para que parecesse que tinha morrido.
Quando as vestais a levarem para o lugar  onde se constrói a pira de madeira para queimar os cadáveres, Terêncio provoca um acidente.
Terêncio conseguiu arranjar o corpo de uma que tinha mais ao menos a mesma idade e o mesmo físico. Sara cortou-lhe o cabelo, pintou-o de ruivo, pôs-lhe a fita vermelha na cabeça e vestiu-a com uma túnica feita de tecido igual ao das vestais. Terêncio irá trocar os corpos. Quando o carro da Metela já estiver muito perto da fogueira, provoca um acidente, no meio da barafunda, troca os corpos e pronto!
Ana e João não tiveram a coragem de dizer que era um plano fenomenal.
Entretanto, Apolónio estava na porta junto de um médico. João e Ana saíram e desejaram sorte a Terêncio.
Quando chegaram a casa do senador, o médico foi levado até ao quarto onde Paulina continuava deitada e Ana e João foram à procura de Orlando.
Encontraram-se numa casa destinada a hospedes e aí contaram tudo o que Apolónio lhes tinha revelado e o que Terêncio lhes tinha dito.Orlando ficou varado.
Apolónio interrompeu-lhes a conversa e disse que o Senador os mandou chamar, era urgente.


*Vestal- são mulheres que não podiam falar com homens.

VIII Capítulo - O áugure e o voo dos pássaros


Quinto Flávio despediu-se do médico com muitos sorrisos e com gestos de amizade.
Paulina não estava doente, mas sim grávida de Quinto Flávio que estava ansioso para que fosse uma menina.
Quinto Flávio pediu a Apolónio que fosse chamar o áugure.
Era um homem alto, robusto que devia ter mais ao menos a idade do Senador.Vestia uma túnica e levava um bastão comprido e encurvado na ponta.
No átrio começou a cerimonia, que todos assistiam. O áugure ergueu o bastão e traçou um retângulo no ar com tal leveza e elegância que parecia desenhar riscos no céu. Ficou quieto e atento à espera que um pássaro ou um bando atravessasse o espaço que isolava.
Não tardou que surgissem três pombas. Era um sinal claro que se aproximava um acontecimento feliz. E acreditou que devia ser uma menina.
Todos ficaram felizes!
Paulina logo que se levantou foi até à sala com a escrava Florónia, que a servia desde sempre.Atrás delas, vinha a pequenina Lavínia que não percebia o que se passava mas como todos se mostravam contentes também se sentia feliz.

Curiosidades:
.Áugures - homens que todos consideram capazes de adivinhar o futuro através da interpretação de sinais da Natureza como o voo dos pássaros.

segunda-feira, 4 de abril de 2016

IX Capítulo - Alea Jacta Est



Os Flávios, os seus escravos e os seus criados estavam muito alegres pela "boa nova", apenas os "parentes de Arpino" estavam receosos com o que poderia acontecer a Terêncio e à sua amada.
Cómodo e Camilo trouxeram a noticia ao Palácio que Metela (oriunda de uma família muito antiga de Roma), a vestal mais bonita, tinha morrido.
O plano de Terêncio estava em marcha!
Queriam todos ir ver o espetáculo, que é levar uma vestal para a fogueira para ser queimada.
Só Paulina é que ficou em casa devido ao seu estado de gravidez.
Orlando e os dois irmãos estavam apavorados com o que podia acontecer.
Junto à pira funerária, encontravam-se já várias mulheres, vestidas de preto, a chorar em coro, como se entoassem uma cantilena muito triste.
O carro coberto de panos pretos, avançava devagarinho em direção à pira de troncos, onde as vestais todas de branco seguiam-no em passo cadenciadas e muito chorosas. Entoava o ruído dos passos dos cavalos.
Dois homens enrolados em capas aproximaram-se da pira com enormes tochas acesas para acenderem a fogueira.
De Terêncio nada!
Também lá estavam os sacerdotes encarregues da oração e da colocação do corpo no seu último poiso.
De repente, um carro de cavalos apareceu todo descontrolado e em pânico todos gritaram de terror porque ia haver um acidente entre o carro de cavalos e o carro funerário.
Subitamente, surgiu, no céu, uma águia que se pôs a voar em círculos sobre a multidão. E logo, uma voz masculina gritou: "Júpiter, a  águia de Júpiter!".
Todos acreditavam que a ave de Júpiter vinha conduzir a alma de Metela até ao céu e esqueceram-se do carro de cavalos.
Passado um tempo, todos acalmaram e o funeral continuou.
Os dois irmãos foram para a estalagem de Terêncio. Estavam curiosos!
Terêncio levou-os para o seu quarto, onde estava Sara, um corpo inanimado e uma velhinha caquética. Era a Rubila já disfarçada, com uma cabeleira postiça e uma camada de cera na cara que lhe puxava a pele e a cobria de rugas. Estava livre!
Metela, ainda sob o efeito do veneno parecia um cadáver, já com o cabelo rapado, faltava apenas escolher a cabeleira postiça que lhe tapasse a cara.
Terêncio e Metela estavam felicíssimos.

Tinham que partir. Iam de barco. Desciam o Tibre até Óstia. Mudariam para um trirreme (navio movido a remos e à vela) que os levaria a um sitio que era segredo, até mesmo para João.


Curiosidades:
1. Alea Jacta Est - Quer dizer "os dados estão lançados" ou "a sorte está lançada". Frase utilizada em situações que não permitem recuo.
Foi dita por Júlio César que depois de conquistar Gália voltou para Roma e decidiu infringir as leis e ultrapassar o território que lhe tinham destinado. E ao fazê-lo proferiu aquela frase, depois de fazer não podia recuar.

 2. Júpiter - Deus de Roma.


X Capítulo - Experiências novas e velhas


No dia seguinte, Paulina convidou Ana para a acompanhar às termas de Roma. Escolheram as piscinas mornas em vez das quentes.
Lavínia também foi com elas e com a sua ama, Florónia.
Como Paulina pertencia às elites romanas não podiam ir a pé, como lhe apetecia naquele dia, tão soalheiro.
Teriam que ir com os escravos (muito musculados) na liteira.
O edifício das termas era no meio de um jardim que parecia um palácio. Era a hora das mulheres que andavam num corrupio, nas lojas, nas compras ou com os filhos pequenos e com as escravas que os vigiavam.
No vestiário deram de caras com Sílvia.
Lavínia foi inconveniente e dirigiu-se a Sílvia a contar que ia ter uma irmã para brincar com ela.
Sílvia alterou-se completamente. O sangue afluiu-lhe ao rosto e ficou quase roxa. Avançou até Paulina, deu-lhe um safanão no ombro e disse: "Diz-me que é mentira".
Paulina firme e calma respondeu-lhe que não lhe dirigia a apalavra, não estava disposta a falar da sua vida privada com ela, apenas com o seu marido.
Posteriormente, Paulina dirigiu-se à piscina, onde todas as mulheres tomavam banho despidas com a maior naturalidade.

João acompanhara Cómodo e Camilo a uma espécie de clube onde faziam treinos para corridas de cavalos.
Os estábulos eram excelentes e os cavalos um espetáculo. Por todo lado, havia bandeiras, fitas vermelhas e muitos homens vestiam túnicas vermelhas porque era a cor do grupo.
João queria tanto conduzir um carro de quatro cavalos (quadriga) brancos que vira!
Combinaram que seria Cómodo a conduzir e só passaria as rédeas a João caso este se sentisse preparado para tal.
Saboreando o vento, João teve uma das melhores experiências da sua vida, teve coragem de receber as rédeas para conduzir os quatro maravilhosos cavalos brancos.

Já o senador teve uma experiência velha. Recebeu Sílvia no Senado, que o envergonhou em frente dos outros Senadores, que até tiveram pena de Flávio.
Sílvia empurrara o ex marido para perto de uma fonte. Chamou-lhe de mentiroso, que a tinha enganado.
Pela primeira vez na vida, Quinto Flávio achou-a feia e desprezível.
Sílvia disse-lhe que não devia ter engravidado Paulina porque tinham combinado outra coisa. Apenas tinha casado com Paulina porque ela assim o quis.
Quinto Flávio respondeu-lhe: "Se queres saber tenho muita vergonha de ter aceitado o casamento com Paulina para lhe caçar a fortuna. Foi um ato indigno a que tu me levaste, mas há males que vem por bem. Fiz muito bem em me divorciar de ti porque és venenosa, uma víbora. Ao lado de Paulina sou um homem feliz. Segue o teu caminho e deixa-nos em paz".
E foi embora.
Sílvia jurou vingança.

Curiosidades:
. Liteira - Espécie de carruagem que em vez de rodas tinha uns paus compridos para serem transportados aos ombros. Lá dentro, tem bancos forrados a couro e almofadas de penas.