sábado, 9 de abril de 2016

III Capítulo – Uma cicatriz em forma de estrela

Do segundo combate, Ana quase não assistiu a nada.
Um dos homens levava uma espada curta, na mão direita e um escudo retangular na esquerda. O outro, em vez de espada, empunhava um garfo, gigantesco, de seu nome tridente. Na outra mão transportava uma rede com chumbos nas pontas como a dos pescadores.
O homem que tinha a espada conseguiu desarmar o inimigo e venceu o combate.
O público não levantou lenços brancos e o vencedor espetou a sua faca, várias vezes, no corpo do derrotado, quando este estava já deitado no chão.
Depois do combate, um cavaleiro que ia a tentar furar pelo meio da multidão, perdeu o controlo do cavalo, que empinando suas patas, derrubou Orlando, ferindo-o na testa.
O cavaleiro preocupado com Orlando, levou-os até uma estalagem que ficava numa rua estreita.
Uma senhora de nome Sara, que o cavaleiro tinha falado, apareceu  e sem  perguntar a Orlando o que se tinha passado, tratou dele.
O homem disse-lhes que era treinador de gladiadores.
Orlando estendeu-se numa cama de madeira com um colchão de palha e com a almofada também de palha. Estava tão cansado que adormeceu rapidamente. Ana ficou num compartimento mesmo ao lado, onde só havia uma cama.
João não tinha sono, então resolveu ir até ao piso debaixo ter com os gladiadores.
João teve uma surpresa tão inesperada que se engasgou com a sua própria saliva e tossiu. Tinha visto um homem que bebia regularmente, nas suas costas e na sua mão uma cicatriz uma estrela do mar exatamente igual à do gladiador que ele vira morrer na arena.







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