Do segundo combate, Ana quase não
assistiu a nada.
Um dos homens levava uma espada
curta, na mão direita e um escudo retangular na esquerda. O outro, em vez de
espada, empunhava um garfo, gigantesco, de seu nome tridente. Na outra mão
transportava uma rede com chumbos nas pontas como a dos pescadores.
O homem que tinha a espada
conseguiu desarmar o inimigo e venceu o combate.
O público não levantou lenços
brancos e o vencedor espetou a sua faca, várias vezes, no corpo do derrotado,
quando este estava já deitado no chão.
Depois do combate, um cavaleiro
que ia a tentar furar pelo meio da multidão, perdeu o controlo do cavalo, que
empinando suas patas, derrubou Orlando, ferindo-o na testa.
O cavaleiro preocupado com
Orlando, levou-os até uma estalagem que ficava numa rua estreita.
Uma senhora de nome Sara, que o cavaleiro tinha
falado, apareceu e sem perguntar a Orlando o que se tinha passado, tratou
dele.
O homem disse-lhes que era
treinador de gladiadores.
Orlando estendeu-se numa cama de
madeira com um colchão de palha e com a almofada também de palha. Estava tão
cansado que adormeceu rapidamente. Ana ficou num compartimento mesmo ao lado,
onde só havia uma cama.
João não tinha sono, então
resolveu ir até ao piso debaixo ter com os gladiadores.
João teve uma surpresa tão
inesperada que se engasgou com a sua própria saliva e tossiu. Tinha visto um
homem que bebia regularmente, nas suas costas e na sua mão uma cicatriz uma
estrela do mar exatamente igual à do gladiador que ele vira morrer na arena.
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